Amar se aprende Amando



Quem em algum momento de êxtase, emoção, não se sentiu um verdadeiro poeta na vida? Amamos o outro, a natureza, o trabalho, enfim sempre temos alguém ou algo para dirigirmos este sentimento que sustenta a humanidade – o amor. Carlos Drummond de Andrade em seu penúltimo livro deixou uma coletânea de poemas divididos em 3 capítulos, onde o amor está inserido nas pequenas coisas e fatos do cotidiano. O leitor atento irá sensibilizar-se com a importância de estar aberto aos sinais dados a cada momento da vida, e perceberá realmente que ... “Amar Se Aprende Amando”.
Amar não é simplesmente “entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa”, mas sim “uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de outro ser”. Em outras palavras, o amor faz com que nós nos conheçamos melhor e aprendamos a conhecer o outro, porque cada um de nós é um todo, não uma metade a ser completada.
Quem sabe amor rime mesmo com dor, tive vários relacionamentos mal resolvidos, alguns me aprisionaram por um bom tempo, me fazendo esquecer de mim e perder a esperança e a fé nas pessoas, outros duraram pouco, mas não tão pouco para não ser amor. Mas o que sei é que a pressa mata o amor. A pressa é para os apaixonados. O amor é espera, em todos os sentidos. A ânsia pelo gozo imediato priva o gozo completo de uma vida. Contudo, não estou afirmando que o amor é calmo, parado, inerte; justamente porque é o amor quem nos tira da nossa ignóbil inércia.
Há diversas outras formas de matar o amor, mas não quero escrever sobre sua morte, e sim sobre a centelha que o traz à existência.
São várias as gradações do amor, como vários são os tipos e os sentidos do amor. É necessário respeitar cada um deles, afinal amor é transcendência.

Só se ensina o que é o amor a quem a gente aprendeu o que é amar. E amar nada mais é do que aprender a ver o céu, a enxergar fundo dentro dos olhos do outro, a conhecer almas. Amar é especial, mágico, quase divino, mas deveras simples. Somos nós quem teimamos em complicar.
Há quem diga que o amor não passa de uma reação química, de uma troca de energia, de uma mistura de fluidos. Há até matemáticos com fórmulas para calcular a precisão do amor. Há os que fazem distinção entre amor e sexo. Há os que não fazem. Há quem ame muito e muitos. Há quem ame a um só. Há os quem têm medo de amar. Mas não há nada mais verdadeiro do que este livro de Dumont “amar se aprende amando”.
Com estas relações mal resolvidas aprendi a perdoa, não aos outros mas a mim mesma , aprendi que as pessoas são como são e muitas vezes acabam indo embora não por não sentirem o mesmo que você , mas por medo do que sentem e até algumas vezes por não estarem preparadas para viver uma historia. O importante é que tudo que senti foi bom, saudade sempre há de existir, mais raiva, ódio e outras coisas ruins não. Isso não ‘resolve’ as dores, não ‘apaga’ os machucados, mas só fariam mal para mim e não me deixariam ir em frente.

Saramago, velho escritor comunista, já deixou escapar essa máxima na fala de um de seus tantos personagens: “... mais nos pertence o que veio oferecer-se a nós do que aquilo que tivemos de conquistar...”.
E para encerrar esse texto
uma das frases de Dumont do livro ““ vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la. "

(Carlos Drummond de Andrade)

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